Servidor da
Assembleia sacou mais de R$ 3 mi
MP e polícia investigam também
suspeitas de lavagem de dinheiro no Legislativo por meio de uma cooperativa de
veículos
20 de junho de 2012 | 3h 03
BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Em outra frente da Operação Eclésia,
o Ministério Público e a Polícia Civil investigam um esquema de lavagem de
dinheiro da Assembleia Legislativa do Amapá por meio de uma cooperativa de
veículos, a Cooperativa de Transportes de Veículos Leves e Pesados do Amapá
(Cootram).
Utilizando cheques da empresa, o
servidor da Assembleia Legislativa Gleidson Luís Amanajás, o
"Gargamel" - e ligado à presidência da Casa -, sacou mais de R$ 3
milhões, em dinheiro vivo, diretamente da conta da instituição. Os saques constam
de um ofício do Banco do Brasil enviado ao Ministério Público, a que o Estado
teve acesso.
Conforme o promotor Afonso Guimarães,
que conduz a investigação, os dirigentes da cooperativa endossam os cheques
destinados à empresa, que por sua vez eram descontados na conta da Assembleia.
Ainda segundo ele, não há provas de que os veículos foram efetivamente alugados
pelos deputados. Em 2011, a Cootram recebeu R$ 4,333 milhões da Assembleia.
Além da investigação de improbidade
administrativa, o promotor vai sugerir a abertura de inquérito para apurar a
prática dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha. O
presidente da cooperativa, Sinésio Leal, fez acordo de delação premiada com o
Ministério Público. Admitiu o esquema de emissão de notas frias aos deputados,
em troca de uma comissão de 5% sobre cada nota. Ele disse que cedeu à pressão
porque precisava do dinheiro para atender a uma emergência de saúde na família.
Acrescentou, ainda, que não recebeu os valores prometidos pelos deputados. Já o
presidente da Assembleia, Moisés de Souza (PSC), atribui esses valores "às
longas distâncias" para percorrer o Estado e também para financiar cursos
e seminários dos deputados pelo País. / A. J. V.
Nenhum comentário:
Postar um comentário