Máfia das Ambulâncias
Folha do Amapá (AP) - 11/08/2006
Três deputados do Amapá estão na
lista para cassação
Da Redação
Os
deputados federais Benedito Dias (PP/AP), Coronel Alves (PL/AP) e Eduardo
Seabra (PTB/AP) estão entre os mais de 70 parlamentares que devem enfrentar
processo de cassação de mandato por envolvimento na máfia dos sanguessugas.
Eles estão no relatório apresentado quinta-feira, 10, pelo senador Amir Lando,
onde é feito o pedido de abertura de cassação de parlamentares contra os quais
existem provas contundentes de participação no esquema que teria desviado mais
de R$ 120 milhões dos cofres públicos, com a compra de ambulâncias por preços
superfaturados. A possível reeleição de Dias, Alves e Seabra não lhes garante o
mandato a partir de 2007, pois correm o risco de enfrentar pedido de cassação
de registro, diploma ou mandato feito pelo Ministério Público Eleitoral.
O Amapá,
em termos proporcionais - comparando população e representação no Congresso
Nacional -, é um dos Estados com maior número de parlamentares investigados ou
citados em depoimentos na CPI dos Sanguessugas. De uma bancada de oito
deputados federais e três senadores eleitos para representar o povo do Amapá,
foram investigados pela CPI os deputados Benedito Dias, Coronel Alves, Eduardo
Seabra.
Mais enrolados - O deputado Benedito Dias é um dos
mais enrolados. Ele praticamente trouxe os negócios da Planam para o Amapá e
chegou a criar uma empresa - Amapá Serviços - em sociedade com a família Vedoin
- comandante da quadrilha -, de onde retirava mensalmente 60% do lucro, segundo
depoimento de Luiz Antônio Vedoin aos membros da CPI. A Amapá Serviços, de
acordo com dados do Siafem, entre 2003 e 2005 ganhou mais de R$ 10 milhões da
Secretaria de Saúde do Governo do Amapá e só para este ano já tem mais de R$
3,8 milhões. A Planam, somente em 2004, quando passou a participar em
definitivo do esquema, recebeu quase R$ 3,7 milhões do Governo do Estado do
Amapá.
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