CPI pede a quebra dos sigilos da procuradora-geral do MP-AP
11 de junho de 2012 • 17h16 • atualizado às 17h29
11 de junho de 2012 • 17h16 • atualizado às 17h29
EMERSON
RENON
Os
integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Termo de
Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público do Amapá
(MP-AP) com a empresa MMX Amapá Mineração e Anglo Ferrous Amapá Mineração, em
2007, aprovaram, em sessão extraordinária na tarde desta segunda-feira, a
quebra dos sigilos bancário e fiscal da procuradora-geral de Justiça do MP,
Ivana Lúcia Franco Cei, no período de 2006 a 2012.
A
procuradora-geral é investigada pela Assembleia Legislativa, que tenta verificar
se houve improbidade administrativa na evolução patrimonial de Ivana Lúcia
Franco Cei. De acordo com os deputados, a suspeita é por conta do crescimento
expressivo da empresa Etecon - do empresário Glauco Cei, marido de Ivana -, que
nos últimos cinco anos arrecadou com as empresas envolvidas no TAC
aproximadamente R$ 140 milhões. O volume de negócios da Etecon com as
mineradoras aumentou 80 vezes entre 2007 e 2011.
Ivana
Lúcia Franco Cei - umas das pessoas que assinou o termo de ajustamento de
conduta - é suspeita de ter utilizado a função que exercia na época, de chefe
da Promotoria do Meio Ambiente, para firmar TACs com as empresas de mineração.
Por este motivo, Ivana também foi denunciada pelo juiz da 2ª vara federal João
Bosco, que a acusa de participação em um esquema de substituir ação civil
pública por TACs milionários.
O caso
também foi levado ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP),
Procuradoria-Geral da República e a Ordem dos Advogados do Brasil. O juiz João
Bosco, além de colocar em xeque a participação da procuradora, levanta suspeita
sobre a evolução dos valores recebidos pela Etecon em contratos com
mineradoras, incluindo a Anglo Ferrous, que sucedeu a MMX, do bilionário Eike
Batista. Ivana Lúcia Cei já negou todas as acusações feitas pelo magistrado.
O
requerimento que pede a quebra dos sigilos, de autoria do deputado Zezé Nunes
(PV), foi aprovado por unanimidade pelos parlamentares. Os integrantes da CPI
também aprovaram os requerimentos que pedem a quebra dos sigilos bancários e
fiscais do promotor Afonso Guimarães, e das empresas MMX Amapá Mineração, Anglo
Ferrous Amapá Mineração e da Etecon. Todos correspondem ao período de 2006 a
2012.
A
comissão ainda aprovou o requerimento que pede à procuradora-geral do MP-AP
cópia integral dos processos referentes aos TACs assinados com as mineradoras,
entre elas a do termo assinado com a MMX, no valor de R$ 6 milhões. Os
integrantes também solicitaram ao MP a relação completa dos beneficiários do
PAE (Parcela Autônoma de Equivalência) no período de 1994 a 2012. Ao todo foram
aprovados seis requerimentos. Os pedidos devem ser concedidos no prazo de cinco
dias úteis, podendo ser prorrogado uma única vez pelo mesmo período.
CPI
A Assembleia Legislativa do Amapá instalou, no início da tarde desta segunda-feira, a CPI que investiga possíveis ligações de integrantes do Ministério Público Estadual referente a assinaturas de Termos de Ajustamento de Conduta com mineradoras no período de 2006 a 2012. Esta é a primeira vez que o Ministério Público será investigado e terá a sua "caixa-preta" aberta.
A Assembleia Legislativa do Amapá instalou, no início da tarde desta segunda-feira, a CPI que investiga possíveis ligações de integrantes do Ministério Público Estadual referente a assinaturas de Termos de Ajustamento de Conduta com mineradoras no período de 2006 a 2012. Esta é a primeira vez que o Ministério Público será investigado e terá a sua "caixa-preta" aberta.
Na
primeira sessão, os deputados que compõem a comissão designaram Zezé Nunes para
presidir a CPI. A vice-presidência ficou com Valdeco Vieira (PPS) e a relatoria
a cargo de Jaci Amanajás (PPS). Também foi definido o cronograma de trabalho. O
grupo vai se reunir às segundas e terças-feiras, às 9h, e extraordinariamente
sempre que for preciso.
Além dos
termos de ajustamento de conduta, os deputados irão investigar toda a
documentação relativa à concessão de licença prêmio dos procuradores e
promotores de Justiça; as concessões de auxílio moradia e diárias pagas a
promotores e procuradores; pagamentos de despesas médicas para membros do
Ministério Público com nomes, valores e especialidades médicas; os gastos com
cargos comissionados, inclusive com detalhamentos; a composição das bancas
examinadoras referente aos três últimos concursos, assim como a lista de
aprovados,além de todos os pagamentos referentes a Parcela Autônoma de
Equivalência (PAE) e seus beneficiários; todos do período de 2004 a 2012.
A
Comissão terá 120 dias para apresentar o relatório, podendo o prazo ser
prorrogado pela metade do período.
Nenhum comentário:
Postar um comentário