O Patrono da Corrupção veio na comitiva de Tomé de
Sousa
Hoje o Brasil completa 512 anos, e como não podemos fazer bolo, e outras homenagens, nada mais justo do que nomear um Patrono da Corrupção e não encontramos melhor candidato que nosso primeiro Ouvidor-Geral, cargo da época, que hoje se confunde como sendo nosso primeiro "ministro da Justiça", ou nosso primeiro "Desembargador do TJ", depende do historiador ou jornalista, mas não divergem na trajetória de Pero Borges.
Ele desembarcou na Bahia em 29 de março de 1549, na
comitiva do primeiro governador-geral da colônia, Tomé de Sousa. Ocupava cargo
de relevo: meses antes, fora nomeado ouvidor-geral do Brasil. O posto proporcionava-lhe
alto salário.
Pero Borges aceitou o cargo por 200 mil réis por
ano, (quantia que ele, valendo-se de um jeitinho, que mais tarde passou a se
chamar “jeitinho brasileiro”, conseguiu receber antes de embarcar). O
adiantamento de salário esteve longe de ser o único favor que dom João III
prestou ao dileto súdito. Um verdadeiro amigo do Rei.
Quando doutor Borges foi Corregedor em Elvas,
Portugal foi encarregado pelo Rei D. João III, em 1543, de supervisionar a construção de um
aqueduto. Nosso personagem adquiriu o estranho hábito de receber dinheiro em
casa, "sem a presença do escrivão nem do depositário". (Lembram do
Arruda) Quando as obras foram paralisadas antes de concluído o aqueduto,
"algum clamor de desconfiança se levantou no povo".
Os oficiais da Câmara de Elvas escreveram então o rei, solicitando que o caso fosse investigado. Uma comissão averiguou detidamente as contas e apurou que o doutor Pero Borges tinha desviado 114.064 réis, mais de 10% do total da verba - uma fortuna naqueles tempos.
No dia 17 de maio de 1547, condenado "a pagar à custa de sua fazenda o dinheiro extraviado", ele também foi suspenso por três anos do exercício de cargos públicos. A 17 de dezembro de 1548, no entanto, passados somente um ano e sete meses da sentença, o mesmo Pero Borges foi nomeado, pelo mesmo rei, para o cargo de ouvidor-geral do Brasil. No dia 1º de fevereiro de 1549, zarpou com Tomé de Sousa rumo à colônia.
No Brasil, Pero Borges
se deu bem. Não apenas ficou no posto pelos três anos de duração do primeiro
governo-geral como também acumulou o cargo de provedor-mor da Fazenda (o
equivalente a ministro da Economia) no governo seguinte, de Duarte da Costa, a
partir de 1553. Era a raposa cuidando do galinheiro. E nesta época dentre
casas, fazendas era considerado o homem mais rico da colônia.
Qualquer
semelhança na trajetória do nosso personagem, com a atualidade não é mera coincidência.
Por estas e outras nomeamos o doutor Pero Borges Patrono da Corrupção no Brasil
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