segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O SUPERDIMENSIONAMENTO DO ORÇAMENTO DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA E DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO AMAPÁ


Mais uma vez veio à tona a discussão sobre o Orçamento da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do Estado do Amapá. O Senador João Capiberibe há tempos questiona os valores repassados para os poderes, mas sempre foi taxado de brigão e de desarmonizador dos poderes. Porém a verdade é outra, o Senador é um dos poucos que tem coragem de mostrar para a sociedade que o Orçamento da Assembleia e do Tribunal de Contas do Estado do Amapá não condiz com as necessidades daquele poder e de seu órgão de assessoramento.
O orçamento da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do Amapá cresceu geometricamente e seus gastos não cresceram na mesma proporção. O dinheiro que sempre entrou a mais foi e continua sendo usado de forma obscura. A Assembleia e o Tribunal de Contas nunca foram transparentes na prestação de contas desses valores, jamais demonstraram como gastam tantos milhões de reais. A Assembleia Legislativa faz diversas manobrar para justificar o milionário orçamento, como aumentar verba indenizatória, pagar diárias exorbitantes e injustificáveis, fornecer passagens, alugar carros, cargos comissionados e muitas outras. Já do Tribunal de Contas somente a Polícia Federal em 2010, com a Operação Mãos Limpas, nos mostrou parte do esquema que lá existia, prendeu o então Presidente do TCE, Conselheiro Júlio Miranda, e afastou outros Conselheiros. A acusação é de saques milionários na boca do caixa, mas não temos maiores detalhes do esquema que o Conselheiro Miranda e seus pares operavam, é bom lembrar que o Conselheiro Miranda é oriundo da Assembleia Legislativa.
E mesmo com o advento da Lei da Transparência, que obriga os órgãos públicos a colocarem suas contas na internet, os deputados e o TCE resistem em mostrar para os amapaenses e para o Brasil como conseguem gastar os mais de 200 milhões de forma honesta.
Para deixar claro por que o orçamento da Assembleia Legislativa e do TCE é superdimensionado, vamos fazer uma comparação com o TJAP. O orçamento previsto para o ano de 2012 para a Assembleia e o TCE é de R$ 214.014.721 milhões de reais, enquanto para o Tribunal de Justiça do Amapá-TJAP  R$ 186.933.071 milhões de reais. Por que comparar? Porque poderemos ter parâmetros reais de como o orçamento da Assembleia e do TCE é superdimensionado. A Assembleia e o TCE ambos possuem apenas um prédio. A Assembleia possui 24 deputados. Desconheço o número de funcionários efetivos e comissionados, mas pelo prédio que possuem não pode passar de 500, isso jogando para um número grande. O TCE possui os Conselheiros e seus assessores e funcionários, pelo espaço não pode passar de 200. Já o TJAP é um poder com milhares de serventuários com salários razoáveis, vários Juízes e Desembargadores, prédios e veículos espalhados por todo Estado, que devem possui pessoal da limpeza, da segurança e manutenção em geral.
Observem que há muita diferença entre o patrimônio do TJAP e o da Assembleia Legislativa e TCE, mesmo assim o orçamento da Assembleia e do TCE é maior. Qual a justificativa? Como gastam tanto dinheiro? A resposta começou aparecer com a Operação Mãos Limpas, que revelou as diárias milionárias e superfaturamento na contratação de empresas de passagens aéreas. Mas isso é só o começo, não sabemos os pormenores de toda a investigação. Há um inquérito no STJ que investiga os supostos crimes cometidos pelos parlamentares.
Portanto, é importantíssimo que todos os amapaenses tomem conhecimento do orçamento da Assembleia Legislativa e do TCE para que possam cobrar dos deputados estaduais e dos Conselheiros, primeiro transparência; segundo que gastem o necessário para o poder funcionar. Não foram eleitos e nomeados para enriquecerem a custa da desgraça de milhares de amapaenses que sofrem com a falta do básico, como saneamento, saúde e segurança. Chega de discurso falacioso, mentiroso, hoje não há mais espaço para esconder a verdade. E a verdade é que a os Deputados do Amapá usam o poder para enriquecer, não cumprem o papel básico de um parlamentar, que é fiscalizar e legislar. 

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